domingo, 8 de fevereiro de 2015

You And I (Final) cap 158


Voltei para a sala onde estava antes, e encontrei a Ingrid brincando com a minha pequena que sorria abertamente, so de imaginar que ficarei sem este sorriso, sem esta alegria na minha casa me deixava ainda mais destruído. 
Me aproximei rapidamente a pegando no colo a abraçando o mais forte que conseguia, me entregando as lagrimas de tristeza, de angustia, e principalmente de medo.


(...)

Sem duvidas esta noite foi uma das piores da minha vida, eu passei a noite completamente em claro olhando a minha pequena adormecida na minha cama, vendo cada detalhe do seu rosto, detalhes estes que não sei quando poderei apreciar novamente. Não queria deixa-la ir embora, só queria prende-la em meus braços e nunca mais solta-la, queria ir embora com ela, e com o Denny para um lugar onde ninguém pudessem tirar-los de mim, onde eu pudesse mante-los ao meu lado para sempre.
A noite se foi, a manha chegou e eu não preguei os olhos, em partes por que eu não tinha sono, e em outra parte por que eu realmente não queria dormir, e ficar ainda menos tempo com ela. 
Neste momento faltam exatamente 4 horas para aquele desgraçado vir buscar a minha filha, maldita hora que ele nasceu. 
Aproveitei que ela estava dormindo, e segui ate o quarto dela, alguém precisava arrumar as suas coisas, eu sei que isso iria doer, mas eu teria que fazer. Porem quando cheguei no quarto dela,para a minha surpresa, as suas coisinhas ja estavam sendo arrumadas.

-Rose!<disse baixo ao entrar e ve-la dobrando as roupinhas da minha filha>... Eu iria fazer isso!

-Eu já estou quase terminando!<disse com a voz embargada>

-Eu sinto muito!

-A culpa não e sua meu filho!<respirou fundo passando as mãos nos olhos>

-Me sinto um fracasso!<me encostei na parede sentindo o meu peito doer>

-Não se sinta assim meu filho!<veio ao meu encontro>... Estava no destino, mas tenha , corra atras, e a guarda provisoria não e?

-Mas como eu vou recorrer, com quais argumentos?

-Com os seus, com o seu amor meu filho!

-Eu já fiz isso, eu olhei dentro dos olhos da juíza, e disse que não sobreviveria sem a minha filha!... E o que ela fez?... Entregou a minha vida para aquele maldito!

-Calma Bruno, só não se desespere, sera pior…

-Como não?

-Já disse, tenha fé!

Terminei de ajuda-la com as malas, com  uma dor infinitamente grande no coração. O clima era mórbido, ainda mais, aquela casa definitivamente estava sufocante, estava me sentindo sufocado aqui dentro, me sentindo extremamente desconfortavel. 
Voltei para o quarto, e ela estava acordada olhando para o teto, completamente quietinha. Parei na porta e ela me olhou, estava com os olhinhos tristes, e levemente vermelhos.

-Papai!<disse manhosa esticando os braços para mim>

-Bom dia meu amor!<me aproximei a abraçando>

-Sonhei com a mamãe, e ela disse que eu vou ter que ir para uma casa estranha!<disse chorosa>... Mas eu não quero te deixar!

-Eu sei meu amor, o papai também não queria!... O que mais ela te disse neste sonho?

-Que ela iria cuidar de mim, e que eu iria ficar la por pouco tempo, que logo eu voltaria para casa!

-Então meu amor, confia na mamãe!<sorri sem humor>

-E por que eu vou ter que ir embora?... Eu quero ficar aqui com voçe papai!

-Eu sei, o papai também quer que voçe fique, mas infelizmente nos teremos que nos separar um pouco, prometo que sera pelo menor tempo possível!

-Tudo bem!... Estou com fome, podemos tomar cafe?

-Vamos sim, mas primeiro voçe vai tomar um banho, com a Rose, e o papai vai tomar o banho dele tudo bem?<disse a pegando no colo, e a colocando no chão depois de beijar o seu pescoço a fazendo sorrir>

Ela saiu do quarto ainda tristonha, sei que seria difícil para ela, mas devo admitir que o fato dela ter sonhado com a Mary me deixou arrepiado, e me sentindo com uma carga a menos, pois não precisaria falar para ela que ela iria embora, afinal ela já sabia.

-Queria tanto poder sonhar com voçe, te ver, olhar em seus olhos mesmo que fosse em sonho apenas, Só isso já me deixaria muito feliz!<disse baixo apenas para mim>

Tomei um banho demorado, sei, isso não e legal, mas eu estava precisando, queria tentar relaxar para conseguir superar toda a pressão que sentiria em algumas horas.
Passei o máximo do meu tempo com a minha Angel, sabia que não seria fácil me despedir dela, e quanto mais o tempo corria, e se aproximava do momento dela partir, eu ficava ainda mais tenso, nervoso, e triste. 
Ela não estava muito diferente, estava mais quietinha, e introvertida, somente me abraçava, e ficava no meu colo bem quietinha, acho que estava sentindo a minha angustia.
Era exatamente 11:01 quando o Dre apareceu na porta da sala me comunicando com o Paul estava no portão, acompanhado de dois conselheiros tutelares, eu respirei fundo e disse que eles poderiam entrar, não tinha opção, esta era a unica. Senti a minha pequena me apertar ainda mais, ela estava um pouco tremula, e assustada. 
Ela ja estava arrumada, estava linda com um vestido rosa, e uma presilha brilhosa na cabeça. Tentei coloca-la no chão, mas ela não quis largar o meu pescoço.


-Amor, não faz isso meu bem, infelizmente voçe terá que ir com o moço!<disse com um no na garganta>

-Não quero papai!<me abraçou ainda mais>

-Eu também não queria, mas terá que ser assim!<disse e ouvi a porta se abrir>

-Bruno!<ouvi a voz da Rose>... Eles estão aqui!

-Senhor Hernandez?<ouvi uma voz desconhecida de mulher, provavelmente a conselheira>

-Entrem, por favor!

-E melhor aqui da porta mesmo, só assim a menina saberá que tem que ir!

-Ela sabe que tem que ir, não e meu amor?<disse e ela balançou a cabeça negativamente, e eu sorri>... Já conversamos meu anjo, e a mamãe já não falou com voçe?<a questionei baixinho, e ela balançou a cabeça positivamente>... Então, sera por pouco tempo não é?

-Sim!... Mas eu não quero ir papai!

-Mas voçe precisa minha princesa, voçe vai ficar uns dias na casa deste moço!<a conselheira disse apontando para o Paul que estava estranhamente inexpressivo>... Vem com a tia?<ela negou com a cabeça>

-Amor!<a coloquei no chão, e me abaixei olhando diretamente em seus olhos>... Voçe confia no papai?<ela assentiu positivamente>... Eu confio em voçe, e eu prometo, que logo, o papai vai te ver, daqui a alguns dias, e nos vamos nos abraçar, e vamos ficar juntinhos ta bom?<disse e ela olhou para o lado esquerdo dela, e eu acompanhei o seu olhar que estava fixo na poltrona>

-Ta bom papai!<disse olhando diretamente em meus olhos em seguida, começando a chorar>

-E isso ai meu amor!

Eu me levantei, e olhei para o Paul, enquanto ela foi se despedir do irmão, e das tias, já que as minhas irmas estavam em casa, e da Rose, que claros todas estavam aos prantos. Eu me aproximei dele, cheguei bem perto, e olhei em seus olhos.

-Voçe ja viu um leão de perto?<disse, e ele negou, não parecia o mesmo que me desafiou no tribunal>... Eu sou um leão pelos meus filhos, e acredite, se alguma coisa acontecer com a minha filha... Eu juro Paul, eu juro pela alma da minha mulher, que voçe vai se arrepender amargamente!... Como… Como pai!<fechei os olhos com pesar>... Que voçe enche a boca para falar sobre a MINHA filha, eu exijo que voçe a proteja, no minimo isso Henderson, no monimo!

-Eu não vou deixar que nada aconteça a ela!<vi os seus olhos avermelhados, e estreitei os olhos>

-Voçe não me engana, e nunca vai enganar!

-Vamos, precisamos ir!<disse o outro conselheiro>

-Vem meu amorzinho!<a chamei, e ela veio segurando em minha mão, a peguei no colo, beijei o seu rosto, e mesmo doendo, entreguei a minha filha em seus braços, que ela exitou de cara, mas foi>

-Pai!<me olhou com os olhinhos arregalados>... Papai!<começou a chorar>... Não deixa ele me levar!

-Eu sinto muito!<senti as primeiras lagrimas quentes descerem pelo meu rosto>


-Papai eu te amo!<disse enquanto eles já se afastavam>

-O PAPAI TAMBÉM TE AMA MEU AMOR, E PROMETO QUE VOU TE VER LOGO!

Senti o meu peito doer, como se tivesse levando uma facada, varias na ralidade, como se um pedaço de mim tivesse sendo arrancado. Sinceramente eu nunca me senti tão vulnerável, tão frágil emocionalmente, quanto no ultimo mês e meio, eu fui do céu ao inferno total em questão de dias.
Senti as minhas pernas não me obedecerem, e eu simplesmente me sentei no gramado em frente de casa, sentindo o meu peito ser rasgado em dor, e horrível perder alguém que se ama, ainda mais perder a mulher, e em seguida perder a filha. Senti o meu amigo se aproximar, e sentar na minha frente me encarando.

-Ela se foi Ge!<disse chorando inconformadamente, e ele entortou a cabeça>... Ela se foi!

Deixei o meu corpo cair no gramado, e com as mãos na cabeça senti o meu mundo desabar.
Com os olhos perdidos no céu quase azul, com as mãos espalmadas no peito, sentindo o coração bater mais pesado, mais triste, mais desolado, sentindo dor, uma dor no coração, uma dor que parecia ser tão forte, que nunca jamais iria passar. 
Não conseguia me ver mais sem as minhas meninas, sem as minha mulheres lindas que eu tanto amo. Sinto tanta falta da minha mulher, se ela estivesse aqui isso não estaria acontecendo, e agora a minha pequenina, eu não sei me ver sem ela, sera um caminho muito difícil daqui para frente.


Narrador on


A realidade dura e tão temida, enfim estava acontecendo, Bruno achava que estava em um pesadelo eterno, e que a cada minuto ele somente piorava.
O caminho para a casa do Paul, tinha começado muito barulhento, já que a pequena Becky estava chorando por causa de seu pai, por ter sido praticamente arrancada de seus braços, para ir embora com um homem que ela não conhecia.

-Para de chorar pequena, não fique com medo, eu sou o seu pai…

-VOCÊ NÃO E NADA MEU, O MEU PAI E O BRUNO, ELE E O MEU PAI, EU NÃO SEI QUEM E VOCÊ…

-Não grite, eu não estou gritando com voçe!<disse em tom brando fazendo amenina se calar>... Eu não quero começar errado com voçe, eu não vou te machucar, e quando eu digo que sou o seu pai, eu não estou mentindo, a sua mãe e eu fomos… So agora eu vejo que a ela foi a unica mulher na qual eu amei, mas em algum momento eu me vi cego, e acabei a retirando da minha vida da forma mais dura possível!<disse e olhou para a menina que estava na cadeirinha automotiva na qual ele teve que providenciar>... Olha para mim Rebecca?<pediu segurando em seu queixo, mas ela não olhou fazendo força para o outro lado>

-Não!<disse birrenta>

-Por favor princesinha!

Paul sentiu algo diferente ao estar próximo daquela que era a sua filha, que era parte de si, e estava se sentindo um desgraçado por não ter feito por merecer estar ao lado de sua filha da melhor forma possível, ela era tão linda, tão linda como a sua mãe. Ela tinha um pouco dos dois, tinha a boca, o nariz, o formato do rosto de sua mãe, já os seus olhos, e a cor dos cabelos sem duvidas eram suas, mas a personalidade estranhamente não parecia ser de nenhum dos dois. Provavelmente, era algo herdado pela convivência com o Bruno. Deveria admitir, ele criou a sua filha muito bem.

Quando enfim, ela olhou para ele, o homem se assustou com o seu olhar brando, e marejado, os seus olhinhos vermelhos de tanto chorar, assim como o seu nariz. Em seus olhos ele viu a Mary, ele viu os olhos que ele jamais se esqueceria, os olhos que ele deixou aos prantos na sala daquele apartamento naquele maldito dia. Onde deixou uma mulher magoada, com os sentimentos, e o coração partido, e agora ao lado do fruto daquele amor que ele teve, e que  jogou fora por pura burrice. Ele teve certeza de que fez tudo errado, e agora ele estava disposto a fazer o certo, criar a sua filha da melhor forma possível. 
Desarmado pelos seus olhos, ele os direcionado para a janela sem dizer mais nenhuma palavra. O resto do caminho foi quieto, sem nenhuma palavra de ninguém.


O carro adentrou e uma linda, e enorme mansão, com um jardim lindo, e muito bem cuidado, a casa era tão grande que conseguiu deixar a menina acuada, e com ainda mais receio de sair de dentro daquele carro. Não que a casa de seu pai não fosse tão grande quanto, mas e que naquele momento, a única coisa que ela queria era voltar para a SUA casa, e para os braços do SEU pai de verdade.

-Vamos?<ele olhou seriamente dentro de seus olhos, fazendo o coração da pequena disparar>... Por favor, Rebecca!

A menina nunca tinha ouvido o seu nome ser pronunciado com tanta seriedade, pois ela sempre foi criada em meio a sorrisos, e apelidos carinhosos recebidos de seus pais. 
Sem ter muitas escolhas, ja solta da cadeirinha, ela simplesmente aceitou ir com o homem que dizia ser o seu pai, fato este que ela desconhecia. Ele a pegou no colo, e rapidamente ela pediu para que a colocasse no chão, ela não gostava de ser carregada, ela só aceitava o colo dos homens que ela realmente amava e confiava, assim como o seu pai, o seu tio Eric, o avo, o Dre e os meninos da banda, fora eles ela não ia no colo de mais nenhum homem. 
Eles entraram na casa, que mesmo sendo grande, e muito luxuosa, era escura, sem vida, não aparentava ter muita alegria naquele lar.

-Andrea, esta e a minha filha, Rebecca!<disse para a mulher que estava sentada ao telefone>

-Só um minuto Paul, estou falando com a minha mãe!<ignorou completamente a presença nos dois>

-O meu pai diz que e falta de educação quando as pessoas falam com voçe, e voçe nem ao menos olha para ela!

-Mas que mocinha mais petulan…

A mulher parou de falar imediatamente ao olhar para a sua face, ela era a copia fiel da mulher que praticamente tinha a atropelado dentro do banheiro de uma evento a alguns anos atrás, que a deixou por dias com o rosto inchado, e impossibilitada de abrir os olhos por mais de uma semana. 
Ela sabia que a convivência dela naquela casa com aquela criança, que era a cara de seu maior desafeto, não seria uma das melhores.

-Já vi que não vai dar certo a minha convivência nesta casa com esta pirra…

-ANDREA!<a repreendeu em alto e bom tom assustando as duas>... Já conversamos sobre a sua forma de tratar a minha filha!... Vamos Rebecca, vou te mostrar o seu quarto!

Disse indo a passos largos em direção a escada, sendo seguido pela pequena que tentava segui-lo, mas acabara ficando para trás, já que cada passo seu equivalia a uns dez de suas curtas pernas. Quando ale chegou no topo da escada, olhou para trás, e ela permanecia na metade da mesma.

-Quer ajuda?<perguntou arqueando uma sobrancelha>

-Não!<respondeu seriamente terminando de subir vagarosamente>

-Espero que goste do seu quarto!<disse enquanto ela ainda subia as escadas, ouvindo a menina apenas suspirar>

Paul estava se achando estranhamente diferente desde que tinha colocado os seus olhos em Rebecca, ela parecia ter o poder de acalma-lo, e de se sentir diferente, de se sentir um pouco melhor do que ele realmente era. 
Depois que a menina terminou de subir as escadas, ele retirou o seu paleto, e ainda andando a sua frente ele abriu um adas portas, e adentrou. A menina parou na porta e olhou para dentro sem se atrever a entrar, ele deixou o seu paleto na cama, e voltou para a porta, a encarando seriamente, e quando parou na sua frente, se abaixou ficando na sua altura.

-Esta gostando da casa pequena Rebecca?

-Ela e muito grande!<disse olhando para o alto, e o homem sorriu>... Ela e escura, vazia, não tem sorrisos!<disse ele voltou a ficar serio, se levantando novamente>

-Venha!<disse retomando o seu tom mais rígido, fazendo a menina baixar a cabeça, e segui-lo>


Eles caminharam pelo corredor, e antes que chegasse no final do mesmo, ele parou abrindo uma porta revelando um quarto de paredes em tons de azul, e papel de parede floral, a cama estava bem forrada, cheia de travesseiros, e edredom, tinha a decoração variada, com ursos,e alguns brinquedos, tudo que uma criança na sua idade poderia gostar, era um quarto exageradamente grande, tanto que ate uma casa de bonecas, onde ela cabia perfeitamente de pé, ele possuía. 
Becky tinha achado o quarto lindo, mas definitivamente ela preferia o da casa de seu pai.

-Eu mandei decorar este quarto para voçe a um mês atrás, logo apos te ver pela primeira vez, eu sabia exatamente que voçe era a minha minha filha!

Ela o olhou assustada mediante aquele enorme comodo, e ali ela viu ele olhar para ela com uma expressão mais branda, e quem sabe com um pouco de carinho. Carinho este que definitivamente não compraria o seu coração.

(...)

Os primeiros três dias se passaram, e a Becky a cada dia que passava se tornava ainda mais introspectiva, ela quase não dormir, e só pregava os olhos quando sentia que estava realmente cansada. A menina quase não comia, e vivia em seu quarto, mais precisamente, dentro da casinha de bonecas onde ela ficava completamente sozinha e isolada, já que ela praticamente era esquecida dentro daquela enorme casa. 
Ela sentia falta do seu pai, do seu irmão, das suas tias, tios, e ate os primos, nos quais ela adorava discutir, ela estava sentindo falta.
Ela quase não viu o homem que se intitulava ser o seu pai, ele trabalhava durante o dia, e ela só o via durante a noite, na hora do jantar, no qual ela ia e apenas fingia que comia, já que eles não prestavam muita atenção nela. 
A não a ser uma jovem moça que trabalhava casa, e que sempre prestava atenção nas suas ações, e todas as noites ela levava um copo de leite com cookies para a menina, já que ela não via a menina se alimentar direito durante o jantar, e sempre que ela entrava no quarto, era o único momento em que a menina sorria.


-Rebecca?<disse a jovem ao entrar no quarto>

-Jennifer!<a menina sorriu como em todas as noites>

-Ola pequena, trouxe leite com os cookies que voçe gostou novamente, vi que voçe não se alimentou direito no jantar novamente!

-Estou com saudades do meu pai, por isso fico sem fome!

-Mas voçe precisa se alimentar, se não ficara doente!

-Não quero ficar aqui!

-Sinto muito!... Ouvi dizer que amanha e dia do senhor Bruno vir ve-la!

-O meu pai vem amanha?<sorriu abertamente>

-Foi o que eu ouvi!

-Eu amo muito o meu pai, e quero ir embora com ele!... Mas eu sei que não posso!<disse começando a chorar>

-Não chora querida!

Esta noite a menina conseguiu dormir melhor, estava contente por saber que veria o seu verdadeiro pai no dia seguinte.

(...)

Bruno acordou cedo, estava ansioso para ver a sua menininha, e a unica coisa que ele mais queira era poder pegar a sua pequena Angel no colo, e beija-la mais do que tudo. 
Só ele sabia as noites em claro que estava passando para conseguir bolar um jeito de ter a sua pequena de volta, mas a unica coisa que ele conseguia, era ficar ainda mais frustrado por não conseguir uma solução, e sempre acabava se desesperando, e retomando o velho habito de beber para conseguir dormir.

Depois de pronto, ele, o caçula da família, o seu segurança e braço direito, seguirem para a casa de seu desafeto, ele tinha a possibilidade de ver a sua menina durante 3 horas, e hoje eles iriam ir a uma sorveteria, e tentar passar maior tempo possível juntos.
Assim que viu o carro adentrar no jardim, sentiu o seu peito apertar de felicidade e ansiedade, ele sabia que estava prestes a ver a sua filha, a sua princesinha, e que neste momento, ele não poderia estar mais feliz. 
Antes mesmo do carro parar, ele viu a porta se abrir, e o Paul, sair pela mesma seguido do seu anjinho, ela estava linda em um vestido rosa claro florido, sapatos brancos, e com os seus lindos cabelos loiros cheios de cachos. Ele saiu do carro e olhou diretamente para ela que abriu o seu mais lindo e verdadeiro sorriso, sorriso de felicidade por ver o seu pai novamente, e sem esperar por nada, ela foi correndo ao seu encontro.

-PAPAI!<ele a pegou em seus braços a abraçando o mais forte que podia>

-Filha, minha filha, meu bebe!<sem conter a emoção os dois choraram juntos>

-Becky!<o seu irmão chamou por ela de dentro do carro>

-Denny!<disse abanando para o irmão com a uma de suas mãos>

-Tres horas Hernandez!<disse da porta de sua casa>

-Eu sei Henderson!<ele respirou fundo entrando no carro com a sua filha>

O caminho ate a sorveteria foi maravilhoso, muitos abraços e declarações de amor entre um pai saudoso, e uma filha que ama verdadeiramente o seu pai. Ele perguntou se a estavam tratando mal, e ela negou, pois na realidade não estavam, mas ela queria muito voltar para casa, e ao ouvir isso Bruno, se sentia inútil por não conseguir levar a fulha para casa.

(...)


Passadas as três horas onde eles passearam sorrira, se divertiram e aproveitaram da presença um do outro, ele infelizmente teve que leva-la para casa do Paul, e a despedida mesmo tendo sido triste, e com muitas lagrimas, foi menos desesperada, afinal em breve eles estariam juntos de novo, e ele iria continuar tentando bolar uma forma de leva-la para casa, mas desta vez, era para a sua casa.

(...)

Uma, duas, três, quatro semanas havia se passado desde o primeiro passeio dos dois, e o Bruno ja havia levado para sair algumas vezes, e tinha notado que a cada dia que passava ela estava mais triste, e isso cortava muito o seu coração, afinal só queria ver o bem da sua filha. 
Paul também havia notado que ela estava ainda mais fechada, e mal falava com ele, ou com qualquer um da casa. 
Ele estava tentando, ele a levava para o zoológico, para o cinema, mesmo não gostando de filmes infantis, ele estava tentando ser o pai, que na sua cabeça tinha sido privado de ser, mas parecia que nada fazia a sua relação com a sua filha mudar, e ela permanecia triste no canto de seu enorme, e inutilizável quarto, ja que ela não brincava com nada, a não ser com a enorme casa de bonecas.

Em uma madrugada, o Paul foi acordado com batidas na sua porta, e ele foi atender mesmo sobre protesto de sua noiva Andrea, que dormia em seus braços. Quando ele atendeu, deu de cara com a Jennifer que lhe comunicou que a sua filha estava com febre muito alta em seu quarto.

-Rebecca o que voçe tem filha?

-Papai, eu quero o meu papai!<ela olhava para um ponto fixo no quarto enquanto chamava pelo único que ela chamava com carinho de pai>

-O papai esta aqui meu amor!<o homem se viu realmente preocupado com a menina>

-Papai, eu quero o Bruno, o meu pai!<ela fechou os seus olhinhos com força>

-Ela esta com o rosto todo vermelho, o que eu faço Jennifer?

-E melhor leva-la ao pronto atendimento senhor!... Se bem que eu acho que isso não vai funcionar!

-Mas por que?

-Isso parece ser febre emocional, ela sente falta do Bruno, imagina como deve estar sendo difícil para esta menina ficar longe da figura que ate agora ela reconhecia como pai?<mesmo receosa, a mulher falou o que pensava>

-Eu vou leva-la ao pronto atendimento!<ele a ignorou completamente>... Coloque uma roupa decente nela, enquanto eu vou me trocar!

Paul voltou apressadamente para o seu quarto, acendendo a luz apressadamente, acordando a mulher que tinha voltado a dormir novamente. Ela sentou na cama protestando a pressa do noivo em se arrumar para levar a menina ao pronto atendimento.

-Voçe esta louca Andrea, e minha filha, eu preciso leva-la para o pronto atendimento!

-O que a pirra… Desculpa!... O que a menina tem?

-Ela esta com febre, eu preciso leva-la…

-E so colocar a garota no chuveiro, e dar um remédio qualquer!... Volta pra cama amor…

-E claro que não, se voçe não quer ajudar, cala a sua boca e volta a dormir!<ele disse olhando dentro dos olhos dela>... Eu vou cuidar da minha filha!

-Ela não gosta de voçe!

-Eu sei!... E sinceramente, depois de tudo o que eu fiz, acho que ate eu mesmo não gostaria de mim!

O homem saiu batendo a porta do quarto com força, assustando a mulher que ainda estava sentada na cama. Entrou as pressas no quarto da pequena Rebecca, vendo que a menina estava deitada com a roupa trocada, ele se aproximou para pega-la no colo, mas como sempre ela rejeitou o seu colo, saindo da cama com a ajuda da Jennifer, deixando o homem ainda mais sentido, e culpado pelos seus atos perante a ela, a mãe dela, e ate mesmo com o Bruno, pois agora eles poderiam muito bem ter uma convivência amigável, se não fosse pela sua implicância com o Bruno, e o seu desejo de vingança sem cabimento.
A menina saiu caminhando devagar pelo quarto, mas era visível a sua fraqueza, pois mesmo antes de sair do mesmo ela se rendeu parando na porta.

-Me deixe te levar?<ele parou ao seu lado>... Eu prometo não te machucar filha, eu jamais faria isso com voçe!


A menina esticou os seus bracinhos, e ele a pegou no colo, andando o mais rápido possível pelo corredor ate chegar na garagem, onde um dos seguranças ja a esperavam para leva-los ao pronto atendimento. Ele acomodou a menina em seus braços, e beijou a sua testa onde constatou como ela estava extremamente quente, e pela primeira vez se sentiu culpado por fazer algo por pura vingança, que resultou em um ser extremamente inocente sendo prejudicado, e por mais que ele pudesse vir a se apegar, ou a amar aquela criança, ela jamais o amaria, e a culpa seria única e exclusivamente sua.

Ao chegar no pronto atendimento, ela logo foi atendida enquanto ele fazia a entrada da criança na recepção. Ao ser questionado pela mãe da criança pela recepcionista, ele sentir o seu coração se apertar de forma diferente ao se lembrar com carinho de Mary, e dizer com pesar a triste frase…

-Ela não esta mais entre nos!

Ele foi guiado ate uma sala de espera, lugar onde pelo que se lembra, só frequentou uma vez quando a sua mãe ainda era viva, a de criação logico, já que a biologia o abandonou quando pequeno. 
Os minutos passavam como horas, e pela primeira vez em muito tempo ele se viu preocupado com alguém, se viu preocupado com alguém que era parte de si, e ao mesmo tempo jamais seria dele.

-Ola!... Responsável pela pequena Rebecca Almeida Henderson?<sim ele havia tido a autorização da justiça para colocar o seu nome no lugar do Hernandez que pertence ao Bruno>

-Eu mesmo!

-Bom dia!<disse a pediatra ao olhar no relógio constatando que era mais de quatro da manha>... Esta febre dela não foi diagnosticada como alguma doença, ou resfriado, na realidade ela não tem fundamento!

-Como não tem fundamento?<ele a encarou sem compreender>

-Ela esta chamando pelo pai dela, em todo momento ela chama pelo senhor…

-Não sou eu por quem, ela chama!

-Mas o senhor não e o pai dela?

Ele explicou por alto o que estava acontecendo, e ala disse que mediante a sua explicação, só tinha uma resposta, a sua febre era sem duvidas de fundo emocional, e que a melhor coisa que poderia ser feita no momento, era chamar o pai que ela tanto implorava. Se vendo sem escolhas, ja que estranhamente ele queria ver o bem daquela criança, ele fez o que deveria ser feito. Ligar para o pai dela.

(...)

Bruno on

Eu estava no meio de um sono tranquilo como a muito tempo não tinha, e pela primeira vez em muito tempo eu tinha conseguido adormecer sem a ajuda de bebidas ou remedidos.


Eu acordei no nada, e olhei para a janela que dava para o jardim, e ali parada, eu viu a minha amada esposa, a minha eterna companheira estava em nosso quarto com o sorriso mais lindo deste mundo, ela estava toda de branco, era praticamente a descrição de um anjo. Ela sorria para mim de forma carinhosa, e olhava dentro de meus olhos com carinho. 
Eu me levantei da cama, e me aproximei dela que sorriu ainda mais com a minha aproximação. Ela elevou a sua mão ao meu rosto acariciando o mesmo com carinho, no qual eu fechei os olhos sentindo o seu toque.

-Mary!... Sinto tanto a sua falta meu amor, queria tanto que estivesse ao meu lado!

-Eu estou meu amor!... Tanto estou que quero te dar algo!

Ela disse indo em direção ao seu closet no qual eu fui atrás. Ela abriu a parte dela que continuava intocada, já que eu não havia me livrado de nada que lhe era pertencente, e do meio de uma das gavetas, ela retirou uma chave pequena, na qual eu nunca soube da existência, e seguindo ate outra parte onde ela guardava os vestidos, retirou de la uma caixa media.

-Aqui dentro tem a solução do seu problema, mas fique tranquilo, ele já esta sendo resolvido, por que o amor de nossa filha esta curando um coração aparentemente perdido, o nosso anjo na terra esta salvando uma alma!

-Eu não estou te entendendo meu amor!

-Voçe entendera em breve!... Por favor, pare de beber desta forma, voçe precisa estar muito bem para criar os nossos filhos!... E para encontrar um novo amor…

-Eu não quero ninguém!

-Voçe precisa meu amor, voçe precisa, e vai encontrar a pessoa certa, eu te garanto isso!... Ela esta mais proximo do que voçe possa imaginar…

Sentindo o coração acelerado, eu acordei no meio do sono olhando para os lados, principalmente para a porta que dava para o jardim, constatando que tudo o que eu vivi foi apenas um sonho, fruto do meu desejo de ter a minha mulher de volta, porem talvez nem tudo fosse apenas um sonho.
Me levantei rapidamente abrindo a tal gaveta que apareceu em meu sonho, e la estava a chave, sorriu sabendo que tinha tido não apenas um sonho, e sim quem sabe uma visita muito especial do meu anjo. E ao achar a caixa exatamente onde ela havia me mostrado, eu tive certeza que era uma ajuda divina, porem antes mesmo de pensar em abrir a caixa, eu ouvi o meu telefone tocar, e mesmo muito tentado a abrir aquele pedaço de madeira, e ver o que tinha la dentro, eu  preferi atende-lo antes de abrir, já que poderia ser algo com a minha menina.

-Alo!

-Hernandez?<senti o seu corpo gelar quando ouvi a sua voz>

-O que houve com a minha filha Henderson?

-Estamos no hospital infantil…

-O QUE HOUVE COM A MINHA FILHA?

-So… Venha pra ca, agora!

Sem se despedir dele eu desliguei o telefone, coloquei uma roupa qualquer o mais rápido que pude, e sai sem nem mesmo colocar os sapatos, preferi coloca-los no meio do caminho.
Já na porta do hospital, eu terminei de me calçar, já que tinha começado durante um sinal vermelho, e logo fui adentrando ao mesmo, dando de cara com o meu terrível desafeto.

-Cade a minha filha?<perguntei ainda sem atravessar a recepção>

-Calma Hernandez se identifique na recepção primeiramente!

Mesmo bufando de raiva e preocupação, eu me identifiquei com a jovem que pediu apenas a minha identidade, e logo recebi autorização para entrar. Enquanto o seguíamos apressadamente pelos corredores do hospital, eu perguntei a todo o momento sobre a minha filha, mas o desgraçado não falava absolutamente nada, agora ele tinha preferido o silencio.

-Hernandez!<paramos proximo a uma porta>... Eu estou arrependido do que fiz, eu não a mereço, não soube cuidar dela, ela jamais terá comigo o que ela teve, e tem com voçe, e por voçe!<disse pegando-me completamente de surpresa, e foi impossível não me lembrar das palavras da Mary durante o meu sono>

-O que aconteceu com a minha filha Henderson?

-Entre, ela não para de chamar por voçe!<apontou para a porta atras de mim>

Abri a porta, e adentrei ao quarto vendo a minha pequena sentada na cama esfregando os olhinhos durante o seu choro. Senti o meu coração apertar, e a minha garganta dar um no tão grande que eu não consegui falar, a sorte e que nos conhecemos sem se quer abrir a boca.

-Papai?<disse ainda com os olhinhos fechado, e eu me aproximei o mais rápido que consegui a abraçando fortemente>... Pai, meu pai, papai!

-Amor da minha vida!<disse baixinho só para ela>... Minha pequena, meu anjinho, o papai esta aqui!

-Não me deixa por favor!

-Não, o papai não vai te deixar, eu prometo!<acariciei os seus cabelinhos sentindo o seu cheirinho que para mim sera sempre o de bebe>


Me sentei ao seu lado, e ela se acomodou em meu colo, me deu um beijo carinhoso, me abraçando fortemente em seguida, e ali ficamos. Eu permaneci acariciando os seus cabelos, e ela agarrada ao meu pescoço com o rosto no meu pescoço como ela amava ficar desde bebezinha.

-Papai!<disse baixinho depois de um tempo>

-Fala meu amor!

-Canta pra mim?<pediu olhando em meus olhos>... Aquela musica que voçe disse que foi a primeira que cantou para mim!

-You and i?<sorrimos>

-You and i!<repetiu apontando o dedinho para o meu peito, e depois para o dela>


You fix your make up, just so * Você arruma a maquiagem, só porque sim Guess you don't know, that your beautiful * Acho que você não sabe, que você é linda Try on every dress that you own * Experimenta cada vestido que você possui You were fine in my eyes, a half hour ago * Você estava bem a meus olhos, há meia hora atrás If your mirror won't make it any clearer I'll * Se o espelho não vai torná-lo mais claro eu vou Be the one to let you know * Ser quem lhe vai dizer
-Out of all the girls * De todas as meninas
You my one and only girl * Você é a minha única menina
Ain't nobody in the world tonight * Não há ninguém no mundo esta noite
All of the stars, you make them shine like they were ours * Todas as estrelas, você fa-las brilhar como se fossem nossas
Ain't nobody in the world, but you and I * Não há ninguém no mundo, só você e eu
You and I * Você e eu
Ain't nobody in the world, but you and I * Não há ninguém no mundo, só você e eu



Quando terminei de cantar ela estava adormecida em meu colo, o Paul estava sentado a nossa frente nos encarando com o olhar perdido, ele parecia pensativo, era possível ver nitidamente uma tristeza em seus olhos.
Acomodei a minha pequena na cama com cuidado para não acorda-la, passei a mão em seus cabelinho, e beijei a sua testa. Olhei para a janela e já era dia, olhei a hora e acabara de marcar seis e quarenta da manha, respirei fundo achando melhor ir embora antes que ela acordasse, me visse ali e começasse a chorar novamente.

-Onde voçe vai?<questionou, mas eu não fiz questão de olhar em sua cara>

-Vou embora, sera melhor, quero ve-la chorar novamente!

-E melhor voçe ficar!<olhei em sua direção que mantinha os olhos fixos no chão>

-E por que eu ficaria?

-Estamos esperando uma pessoa…

-Eu não estou esperando ninguém!

-Por favor Bruno, não torne isso ainda mais difícil…

-Tornar o que difícil?... Voçe tornou a minha vida um inferno, desdo o dia em que voçe cruzou o meu caminho, eu não tenho vivido em paz…

-Eu cruzei o seu caminho?... Voçe que cruzou o meu quando roubou a minha noiva de mim…

-Ela que veio se oferecendo Handerson, não tenho culpa se ela sempre foi uma vadia!

-Por favor, a minha filha…

-MINHA!

-Sua!<disse calmamente, e olhamos para ela, que por sorte não acordou com o meu grito>... Vamos la pra fora!

-Eu prefiro ir embora, não vou aguentar me despedir dela quando acordar!<disse já do lado de fora começando a caminhar pelo corredor>

-Já disse para esperar, eu quero falar com voçe!

-Então fala logo, não tenho o seu tempo!

-Eu me arrependi…

-Voçe ja disse isso!

-Então me deixa concluir?

-Eu não acredito em uma palavra sua!

-Eu sei, mesmo assim eu vou falar, e voçe vai me ouvir!

-Eu não sou obrigado a te ouvir!... Voçe não me fara te ouvir, por que eu tenho nojo de voçe, eu tenho repulsa só de olhar para esta sua cara de sínico, voçe não vale nada, e um merda, um desgraçado que precisa humilhar os outros para ser feliz, para se sentir bem consigo mesmo!... Mas uma coisa que voçe nunca vai conseguir, e o amor daquela menina, o amor da minha filha Henderson, MINHA FILHA!

-Ela nunca sera a minha filha Bruno!

-Ainda bem que voçe sabe!<disse e dei as costas, não iria ficar mais um segundo ali>

Sai do hospital o mais rápido que pude, deixando mais um pedacinho de mim para trás. Toda as vezes que eu via a minha menina, e não podia leva-la para casa, era como se eu deixasse um pedaço de mim para trás. 
Entrei no carro, e apoiei a minha cabeça no volante, por mais que eu quisesse ficar e ouvir o que aquele desgraçado queria me falar, eu sabia que só iria perder o meu tempo e nada mais.
Segui o meu caminho de volta para casa, e no caminho parei para tomar um cafe, e acabei ficando pouco por la, olhando as pessoas ao redor, e simplesmente tentando colocar a cabeça no lugar depois de tanto acontecimentos nos últimos anos.

Ve-la em meus sonho, foi como se eu a tivesse encontrado ontem, como se eu tivesse olhado em seus olhos pela primeira vez no escuro daquela boate, como se tivesse tocado o seu corpo pela primeira vez, sempre que estava com ela era como se tudo acontecesse pela primeira vez em minha vida.
Cada momento que passamos juntos, tantos os bons como os ruins, eu faria questão de revive-los novamente, se fosse para ficarmos juntos novamente, se fosse para estar agora ao seu lado segurando em suas mãos, sentindo o seu cheiro, o seu toque, o seu carinho. Se eu tivesse esta oportunidade, desta vez eu faria tudo diferente, desta vez eu te daria mais carinho, mais atenção, te daria ainda mais amor, ainda mais de mim, desta vez eu abraçaria a chance de estar ao seu lado todos os dias, se eu pudesse prever o futuro, eu te daria cem por cento de mim. 
Olhei para a aliança que ainda estava em meu dedo, coloquei a minha mão em meu peito onde repousava a sua desde a sua partida pendurada em meu cordão, era como se ela tivesse perto de mim, como se ela jamais me abandonasse.

Espero um dia chegar em casa, e sentir que todo este vazio se acabou. Espero um dia entrar novamente no estúdio, e trabalhar arduamente sentindo que algo de bom foi feito. Espero poder no minimo um dia voltar para casa, e ver aqueles dois sorrisos que me renovam, mas que no momento estavam separados por causa da vingança, e egoismo de um homem.
Por um segundo me lembrei do meu sonho com a Mary novamente, e me lembrei da caixa que tinha deixado em sima da cama, olhei a hora e passava das dez da manha, fiquei mais de três horas na cafeteria olhando para o nada e pensando em tudo. 
Paguei a minha conta, voltei para o carro, e antes de entrar, ouvi o meu celular tocar, olhei para a tela e era de casa, como já estava voltando, preferi não atender, provavelmente era a Beth para saber se eu estava bem. Peguei a principal e em poucos minutos ja estava entrando no jardim da minha casa. 

Senti o meu peito acelerar quando vi o carro do Paul estacionado no meu patio, senti uma agonia, e ao mesmo tempo um ansiedade me arrebatou de uma tal forma que eu não consegui me segurar. Parei o carro em qualquer lugar, sai as pressas do mesmo sem nem mesmo fechar a porta, eu so queria saber o que tinha acontecido com a minha filha, ou o que estava acontecendo.


Entrei em casa abrindo a porta com pressa, estava ansioso, e assim que coloquei o pé na sala, recebi o sorriso mais lindo do mundo para mim, só para mim, só para os meus olhos, que acertou o meu coração em cheio. 
Eu tinha certeza, era ela, ela era a única que conseguia revelar este sorriso em meus lábios, recolocar a felicidade de volta em minha vida. 
Ela veio correndo ao meu encontro, e eu me sentei no chão a recebendo de braços abertos, a minha filha, a minha menininha, o meu bebe.
Ficamos por um tempo apenas abraçados, sentindo o carinho bom que ela fazia em minhas costas, enquanto eu  fazia um cafune em seus cabelos, as lagrimas escorriam dos meus olhos, a minha vontade era de não larga-la nunca mais, de nunca mais precisar solta-la.

-Senhor Hernandez, eu preciso que assine isto!<uma mulher se dirigiu a mim>

-O que e?<perguntei secando os olhos>


-Estou devolvendo a guarda da Rebecca para voçe Bruno!<disse os meus olhos se arregalaram, e o meu queixo praticamente caiu>... Quando eu te pedi para esperar, era para assinar la mesmo o papel que a conselheira estava levando!<disse eu me levantei pegando a minha filha no colo>

-Eu… Por que, voçe não disse logo?

-Voçe não deixou!... Mas assine logo estes papeis!<disse pegando as folhas das mãos da mulher, e me esticando>... Eu tinha pedido para a doutora Spearks fazer este papel desde ontem pela manha, quando eu já tinha decidido lhe devolver a guarda dela!

Olhei para a minha menina e ela estava sorrindo, estava com o sorriso mais lindo do mundo, o sorriso que eu sonhei e pedi ver o mais breve possível somente para mim. 
Assinei os papeis me sentindo renovado, me sentindo feliz por ter a minha princesa de volta, por te-la só para mim, em nossa casa, o lugar de onde ela não deveria ter saído.

-Obrigado por ter mudado o meu modo de ver a vida, agir, e pensar em tão pouco tempo!... Voçe e uma menina linda, e um encanto de criança, e eu agradeço por ter aberto os meus olhos, talvez não a tempo de ter me impedido de fazer muitas coisas ruins, mas a tempo de fazer ao menos uma coisa certa na vida!... Voçe e uma princesa, e eu tenho orgulho de ter um pedaço meu em voçe, pois só assim eu sei que fiz algo de bom no mundo!... Posso te dar um abraço?<disse com os olhos marejados>

-No fundo, voçe e um homem bom Paul!<ela foi em seus braços, e ele a abraçou forte>

-Pode vir ve-la quando quiser, só não a tire de mim!<não acreditei que disse isso, mas era uma forma de mostrar que eu era superior a ele>

-Obrigado Bruno!... Vai com o seu pai pequena, eu tenho muitos assuntos para resolver!

-Sabe Paul!<disse quando a coloquei no chão e ela foi brincar com o irmão que estava no meio da sala>... A minha vontade agora era acertar a sua cara, por todo o sofrimento que voçe fez a minha família passar, mas eu acho que a vida vai te bater com ainda mais força do que eu!

-Eu te compreendo, e aceitarei cada tapa da vida!

-Ate breve!

-Ate qualquer dia Hernandez!... Rebecca!<chamou a sua atenção>... Ate pequena!<jogou um beijo para ela que retribuiu com um sorriso lindo>

Fechei a porta e olhei para os meus filhos brincando na sala, enfim estávamos todos juntos, ou melhor quase todos. 
Chamei a atenção deles e os chamei para irmos ate o quarto, eu ainda precisava ver o que tinha dentro daquela caixa. 
Entrei no quarto, e a caixa estava na mesa de cabeceira ao lado da chave. Peguei a chave, e abri a caixa retirando de la um envelope pardo, me sentei na cama, e coloquei o Denny sobre a mesma já que a Becky já estava sentadinha. Sentei ao lado deles e abri o envelope, tinha uma carta com a sua letra.


Meu amor…

Se caso esteja lendo esta carta e por que eu já fiz a passagem. Me desculpa, eu queria ter te dito antes, mas eu achei melhor poupar o seu sofrimento, sei que fui egoísta, mas achei por bem assim, não queria ver os seus olhos sofrendo de ansiedade, esperando pela minha morte ao meu lado, não queria ter que olhar em seus olhos e ver a despedida todos os dias, já que não sabíamos quando o meu livro teria um fim. 
Não digo que a nossa historia teve um ponto final, por que eu sei que viverei para sempre em seu coração, assim como os nossos filhos, o lembrara que um dia eu fiz parte da sua vida.

Sei que posso ter te deixado em um momento complicado, e que talvez o que tanto tememos aconteça, que seria o pai da Becky simplesmente brotar das profundezas. 
Eu sei quem e o pai dela, todos os dias quando olhos em seus olhos eu o vejo na minha frente, consigo ver os seus olhos, e ate a sua expressão dura suavizada nos olhos de nossa menina. Amor, o Paul um dia vai aparecer para tentar de alguma forma tirar a Becky de voçe, e eu vou deixar eternizada a minha vontade de que em meu leito de morte, eu quero que a nossa filha permaneça com voçe, por que ela não tem, e nem nunca terá outro pai a não ser voçe. Por isso deixo aqui a minha decisão, que sera valida, já que sou a mãe, e voçe é, e sempre sera o pai da nossa pequena.

Saiba que voçe foi o homem que eu mais amei neste mundo? O homem na qual entreguei a minha vida diversas vezes, e não teria receio de entregar enumeras vezes novamente se me houvesse oportunidade. Por que voçe Bruno, voçe é, e sempre sera o amor da minha vida, e mesmo longe eu estarei perto de voçe, de uma forma ou de outra, eu jamais deixarei voçe.
Cuida dos nossos presentes, eles são a melhor parte de nos dois, e eu sei que voçe sera o melhor para eles sempre.
Lembre do nosso amor, da nossa historia juntos, de tudo o que passamos, e de todo o amor que vivemos, e nunca, jamais se esqueça de uma coisa. Eu te amo, e sempre te amarei mais, muito mais, eternamente.

Sua Mary.


-Te amarei eternamente meu grande amor…

Um comentário:

  1. Cassiaaaa você me supreendeu com essa fic sério!
    A 1° fic bem "diferente" que eu pelo menos já li, mas é dessa diferença que eu gosto 😍. Não posso te dizer que não fiquei triste, que não chorei quando a Mary morreu, e por muitas outras coisas, mas vc escolheu fazer assim do jeito que seu coração mandou, e é por isso que eu li tudo e smp achei perfeito o seu jeito de conduzir essa fic.
    Vou morrer de saudadesssss dessa fic ❤... até as outras Haha.

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