segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Um rio de força! Cap 150

Mary on


Acordei com o barulho de fogos, pareciam que estouravam bem próximo ao quarto em que estava. Olhei para a minha menina que se contorcia querendo acordar com o barulho. Me levantei e a cobri um pouco mais ate que encobrisse parte da sua cabecinha cobrindo o seu ouvido, para ver se abafava um pouco do barulho. Dei um beijinho no seu rosto, e segui ate a janela, abri uma pequena fresta por causa do frio que fazia, e apreciei um pouco os fogos que estouravam no céu. 
Coloquei a mão no peito, e pensei com todas as minhas forças na minha Irma, espero que ela não esteja tão triste comigo. Foi inevitável não pensar no Bruno. Eu o amo demais, ele e o homem da minha vida, e isso nunca vai mudar, mesmo se eu encontrar outra pessoa em um futuro muito distante, ele permanecera para sempre sendo o homem da minha vida.
E injusto a forma com que as pessoas entram nas nossas vidas para simplesmente acabar com tudo como se a nossa vida fosse um jogo de monta e desmonta, como se não tivéssemos sentimentos, ou que simplesmente fossemos marionetes que podem ser mexidas, e remexidas de qualquer forma.



Coloquei a mão no cordão que era da minha mãe, e no seu pingente de gota, e me lembrei que ela disse a mim uma vez quando lhe perguntei o motivo desta gota.

“Não se cai uma gota de chuva do céu se Deus não permitir, não se cai uma gota de lagrima dos seus olhos, se o seu coração não permitir. Ao invés de chorar, recolha as suas gotas, e va em frente, siga, e esta gota se transformara em um rio de força!”

-Este pingente representara a minha força!<disse contendo o choro>... Não vou derramar as minhas gotas, vou canalizá-las ate que se transformem em um rio de força!<disse para mim mesma, e ouvi um sinal de mensagem no meu celular>

Peguei o aparelho e vi que era uma mensagem do Bruno, hesitei em abri-la, mas algo em meu coração me pediu para que a abrisse. Obedecendo ao meu coração abri a mensagem, começando a ler a sua enorme mensagem. Sinceramente, senti muita verdade nas suas palavras, se bem que o fato dele possivelmente não ter realmente dormido com aquela mulher, e um fato, pode ser que tenha acontecido, tanto como não ter acontecido, afinal, nem ele mesmo sabe responder. Ao menos e o que ele afirma.

Estou com raiva, pelo simples fato dele não ter me contado, de termos passado varias noites juntos, e ele não ter me falado, dele olhar dentro dos meus olhos, e dizer que estava tudo bem todas as vezes que perguntei, sendo que ele estava com esta duvida no seu coração, se enganando, e me enganando também.

Sei que provavelmente voçe não vai se importar, mas eu realmente não me lembro de nada que aconteceu naquele dia, foi como se tivesse acontecido um apagão, como se eu tivesse sido dopado.”
“Eu te amo muito, amo muito a nossa filha, e estou completamente devastado neste momento, sentindo que desta vez eu te perdi para sempre, mesmo tendo certeza que foi por causa daquela vagabunda, eu cai no golpe mais antigo, e corro sérios riscos de te perder para sempre, sem ter como provar que te trai, pois nem eu mesmo sei."
Este e um dos fatos que me intrigam, se ele foi realmente dopado, isso e um crime, e muito serio, muito grave. Eu acredito piamente no amor que ele diz sentir por mim, e ainda mais pela filha, mas infelizmente eu estaria contra tudo o que eu fiz, e tudo o que eu tenho sentido se simplesmente voltasse agora para os seus braços pedindo abrigo, mesmo esta sendo uma vontade gritante dentro do meu peito.
“Tinha preparado uma surpresa para voçe, pelo seu aniversario, mas infelizmente agora ela não faz nenhum sentido, e mais um aniversario seu, e eu não estou com voçe.”

Hoje e o meu aniversario, e sinceramente este e o melhor, e o pior aniversario que eu já tive. O pior por estar casada, e longe do meu marido, longe do amor da minha vida, longe do seu braço, e abraço, longe do seu calor, dos seus beijos, longe do seu carinho, e tudo por causa de uma vadia baixo nível, mas o que e dela esta muito bem guardado. Estou feliz por estar passando o primeiro final de ano, e o meu primeiro aniversario com a minha filhota, com a minha princesinha, um pedaço da minha vida.

-Feliz natal meu amor!<disse olhando os fogos terminando de pipocar no céu>

A sua mensagem ficou sendo repassada varias e varias vezes pela minha cabeça, e por mais que eu tentasse me concentrar em qualquer coisa que não fosse nele, eu não estava conseguindo. Não queria sofre, não agüento mais sofrer, a única coisa que eu queria era poder estar bem, feliz, e sorrindo.
Já passa das cinco da manha, e eu ainda estava acordada olhando para o tempo, para as paredes daquele quarto sem graça, e de paredes cinzas e sem atrativos, quando ouvi o meu celular tocar pela milésima, mas como em todas as vezes eu tinha decidido deixar tocar, porem algo me disse para ao menos olhar quem era, senti os meus olhos lacrimejarem, ao ver o seu nome piscar na tela, como se fosse uma luz no meu destino.

-Mark?

-Minha querida!.... Feliz natal!<disse um pouco mais alto, mediante a musica alta que estava ao fundo>

-Feliz natal meu amigo, não sabes como estou feliz em ouvir a sua voz!<disse tentando manter a voz firme>

-Eu também minha pequena!... Mas sinto que esta emocionada?

-Estou, muito em falar com você, em ouvir a sua voz, e em saber que lembrastes de mim!<sorri>

-Sempre lembro de você, Mary, você e um anjo em minha vida!

-Obrigada meu querido!

-Como esta a nossa princesinha, e o marido?

-A nossa princesa esta bem!<me limitei a ela>

-E o marido?<insistiu>

-Não sei!

-Como não sabe mulher?

-Aconteceu um problema, e eu não estou com ele, sai da casa em que estávamos, e eu estou em um quarto de uma pequena pousada em Windermere!

-E como você foi parar em Windermere?

-Viemos ver a parada de natal na Disney, e acabou que tudo aconteceu do nada!

-Me passa o endereço, estou indo agora buscá-las...

-Não precisa Mark, eu so queria desabafar com alguém, pedir ajuda de alguém de fora nas minhas decisões...

-Estou entrando no meu carro, estou a uma hora daí, me passe logo o endereço Mariane, antes que eu me enraiveça com você, ai sim você vai conhecer uma bixa nervosa!

-Eu te amo Mark...

-Se voçe me ama, me passa logo este endereço, ou ao menos o nome da pousada!

-Esta chovendo..
.
-Foda-se a chuva Mariane!... Manda logo o nome do lugar!

-Tudo bem!<disse e fui ate o corredor, lembrava de ter visto um quadro nome o nome do lugar>... Se chama The Old England!



-Sei qual, já estou a caminho!

-Obrigada!

-Não me agradeça, não estou fazendo por voçe, ou por ele, estou fazendo pela pequena que não tem nada a ver com o que quer que seja que tenha acontecido entre vocês dois!

-Mesmo assim, obrigada!<disse e ele desligou>

Me sentei ao lado da minha pequena, coloquei a bota e o casaco que estava antes, recoloquei a roupa de frio da Becky, tomando cuidado para que ela não acordasse, e apenas esperei, esperei que ele chegasse, e me tirasse logo daqui, esperei pelo meu amigo, e salvador, sei que ele teria uma luz para a alma sombria.

Bruno on

Posso dizer com total clareza, e toda a certeza do mundo, que este estava sendo o pior natal da minha vida. Eu nunca me senti tão acompanhado, e tão sozinho ao mesmo tempo, parecia que as paredes estavam se fechando ao meu redor. 
Depois de ter cumprimentado todo mundo, e me recusar a comer algo, afinal em nem sabia como elas estavam, se estavam bem, se estavam protegidas do frio, se tinha comido algo, eu jamais conseguiria ficar normal sem saber algo delas. Segui para o quarto onde estávamos, e ele parecia enorme agora, o dobro do tamanho necessário para mim, para acomodar a minha única presença.
Olhei para o bercinho ocupado pela minha filha a algumas horas atrás, e senti o meu coração apertar de uma forma agonizante, a única coisa que eu queria era te-las aqui comigo. Fui ao banheiro, e vi uma peça de roupa conhecida, era uma blusa da Mary, uma única peça que continham todas as lembranças que eu precisava, e não precisava no momento.

No dia seguinte ainda sem ter conseguido dormir, eu decidi voltar sozinho para Los Angeles, não era justo estragar o natal das crianças que estavam animadas para ir ao Magic Kingdom por causa de um erro meu, de uma furada minha. Por isso me arrumei cedo, já que não dormido mesmo, avisei ao Phil, pois era o único que eu tinha achado na cozinha.

-Tem certeza que vai embora?

-Tenho!

-E se ela voltar?

-Ela não vai voltar, esta com raiva de mim!

-Mas...

-Phill, ela não atendeu a nenhum telefonema, de ninguém da casa, não respondeu a minha mensagem, você acha que ela vai voltar aqui?... E melhor abreviar o meu sofrimento, e voltar para casa, vai que ela tenha ido pra la, ou sei la esteja em algum lugar de Los Angeles, eu não posso ficar parado aqui!... Quero beijar a minha filha!<senti os meus olhos arderem>

-Então vai cara, se você acha que e o melhor para voçe!

-Acho sim!

-Eu te levo no aeroporto...

-Não precisa, eu chamei um taxi!

-Então, boa viagem!<disse e ouvimos o taxi buzinar>

Sai de casa com as minhas malas, o taxista abriu o porta malas e me ajudou a colocá-las la dentro, entramos no carro, e em poucos segundos, vi através da janela do taxi a casa ficar para trás.

-Senhor Bruno Mars, e um prazer te-lo no meu carro!<disse o senhor muito simpático>

-Obrigado!<sorri tristonho>

-O senhor esta indo para o aeroporto?

-Sim, não tenho outro lugar para ir por aqui!

-Desculpa a indiscrição, mas e que eu fiz uma corrida ontem no final tarde desta mesma casa e...

-Desta casa?... A que o senhor acabou de me pegar?

-Sim, era uma jovem com uma menina de colo...

-Para onde o senhor as levou?<senti o meu peito se encher de esperança>

Eu as levei para...

-Não interessa, me leva pra la agora!<disse completamente afoito>

-Claro!<disse e eu vi o seu sorriso através do retrovisor>

-Como elas estavam?

-A bebe estava quietinha, e depois acabou dormindo, a jovem que a segurava...

-Minha esposa!

-Ela chorou a viagem inteira!<disse e eu me senti um monstro por te-la feito chorar novamente>

-Por favor, va o mais rápido que conseguir!

-Sim senhor!

Ele pegou algumas ruas desconhecidas, e logo eu vi uma placa de bem vindo a Windermere. Durante o trajeto, ele falou que a noite estava muito fria, e eles rodaram por um bom tempo ate acharem uma pousada, e que ela parecia agoniada quando ficou no local. Depois de uns quarenta minutos de estrada, enfim tínhamos chegado na pousada.

Mary on

Passadas exatamente cinqüenta e ter minutos, o meu celular tocou novamente, olhei no visor e era ele, disse para que eu arrumasse a Becky que ele já tinha chego, e que liberasse a subida dele para que me ajudasse com as malas. Fiz o que ele havia me pedido, e cinco minutos depois ouvi batidas na porta.

-Mark!<o abracei forte!>

-Minha pequena!<retribuiu o meu abraço>... Vamos esta muito frio!

-Vamos!<disse pegando a Becky no colo juntamente com a bolsa dela, e a minha, enquanto ele pegava as malas>

Seguimos para o carro, ele fez questão de acertar as horas em que eu fiquei na pousada. Antes de entrar no carro senti um aperto no peito, uma angustia, vontade de chorar, de correr, de gritar, era algo estranho, e difícil de se decifrar, eu so sei que estava me sentindo ansiosa. Senti uns pingos de chuva começar a bater no meu rosto, respirei fundo, e entramos no carro quando ele voltou. Ele pediu que eu me sentasse no banco de trás por causa da minha filha, já que ele não tinha cadeirinha.

-Não sabia que você tinha casa por aqui!<disse quando já estávamos na estrada>

-E não tenho, estou na casa da minha Irma!... Mas sabe como e, e aquele mesmo esquema, ela não sabe da minha opção sexual, por isso estou com uma acompanhante!<sorriu>

-Ai Mark, quando você vai sair deste armário?

-Esta difícil amor, eu saio dele, mas ele não sai de mim!<disse e sorrimos>... Mas me conta, o que aconteceu entre você, e o Bruno Delicia Mars!<sorrimos>... Com todo respeito, mas o seu marido e um gato!

-Eu tenho que concordar com você!... Então, aconteceu o seguinte...

Contei a ele tudo o que tinha acontecido, desde a hora em que eles tinham chegado do pub ate aquele presente momento, e ainda tinha lido a mensagem que o Bruno tinha enviado para o meu celular para ele.

-Pera ai, espera um pouco!<disse ao pararmos em um sinal vermelho>... Você disse Melany?... Melany Scot?

-Disse!

-Mas que puta rampeira!!... Desculpa amorzinho!<acariciou a cabeça da Becky que ainda dormia>... Não para o tio boca suja!... Melany Scot, e uma vadia de quinta categoria, acredita que ela me deu o golpe?... Estou procurando esta vaca a tempos!

-Como assim?

-Lembra do bofe canadense?

-Claro!

-Lembra que eu disse que tínhamos brigado?

-Lembro!

-Foi por causa desta puta!... Ela armou para mim, não sei como, eu fui parar em um quarto de motel com outro cara, ela tirou fotos nossas pelados, e tentou me extorqui pedindo grana, eu me recusei, e ela mostrou as fotos para ele, e o bofe canadense meteu o pe, sem acreditar em mim!... E so depois de muito dialogo, que eu consegui convencê-lo de que não tinha passado de uma armadilha daquela maldita!<disse voltando a dirigir>

-Mas que...

-Acredite no seu marido amor, eu duvido que ele realmente tenha ido para a cama com aquele projeto de piranha!... Você olha para o Bruno, e vês escrito “Eu amo a Mary” no meio da testa dele!

-Mark, eu não posso deixar as coisas ficarem assim!<o olhei pelo retrovisor>

-O que você pretende fazer?

-Eu vou caçar esta mulher, nem que seja no inferno!

-Nossa senti um treco na minha nuca, um arrepio sinistro, pelo amor de Deus, você tem uma filha mulher!

-Eu sei!<disse e olhei para a Becky ressonando em meu colo>

Depois de mais ou menos quarenta minutos, chegamos na casa da Irma dele. Ele estacionou e me ajudou a sair do carro com a Becky, eu estava me sentindo envergonhada por estar na casa de alguém que eu nem conhecia, ainda mais nestas condições. Ele disse que poderíamos deixar as malas no carro, por que viajaríamos ainda hoje para New York, onde ele tinha casa. 
Entramos e ainda tinham algumas pessoas acordadas, e reunidas na sala, provavelmente a sua espera.

-Meu Irmão, que susto, você saiu sem avisar!<disse uma mulher de mais ou menos uns cinqüenta anos o abraçando>

-Desculpa, eu fui socorrer uma amiga, com a filhinha dela!

-Ola muito prazer!<sorri>

-Muito prazer minha querida, me chamo Lucy!... Nossa mas que mocinha mais linda!<olhou diretamente para a minha filha>

-Obrigada, me chamo Mariane!<sorri verdadeiramente>

-Mary?<ouvi uma voz conhecida, e instantaneamente me virei para encarar-la>

-Laísa!<disse mais para mim mesma>

-Você conhece a namorada do meu irmão?<sorriu, e ela se aproximou>

-Conheço!<sorri sem graça. Eu não sabia se ficava feliz ou me sentia a pessoa mais azarada do mundo>

-Como você esta?<me abraçou>... Senti tanto a sua falta!< disse rente ao meu ouvido>

-Estou bem, e voçe?

-Ótima!<me encarou>

-Bem Mariane, você deve estar cansada, vou acomodar você e a sua filha em um dos quartos!... Vamos?

-Claro!

-Precisa de alguma das malas?

-Não, tudo o que preciso esta aqui, daqui a pouco a minha filha acordara com fome...

-Eu vou mandar que preparem uma mamadeira para ela!

-Obrigada!

Segui a Lucy ate um dos quartos, muito lindo por sinal, ela disse que eu poderia ficar a vontade, já o Mark disse que em três horas iríamos para o aeroporto, eu assenti, e acomodei a minha filha na enorme cama.

-Mary, posso falar com você?<ouvi a sua voz, e senti o meu corpo se contrair em receio>

-Claro Laisa!<disse e ouvi a porta se fechar!


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